Estamos a poucos dias de encerrar um dos capítulos mais tristes da política brasileira. Essa parte da nossa história não vai deixar saudades,mas sim marcas profundas para o governo que irá assumir e são vários os abacaxis para descansar. Mas disso todo mundo está ciente,pois os estragos foram grandes e muitas coisas, que foram varridas para debaixo de um sigilo, serão descobertas.
A partir de janeiro,tudo aquilo que representa o genocídio de quase 700 mil pessoas ( isso sem contar o colapso econômico) dará lugar a um novo governo, que pretende ser mais voltado para as políticas sociais e colocar a população como prioridade máxima nas contas públicas. Desde já, teremos a noção do estrago que foi feito no estado brasileiro e nas suas instituições, tudo isso com a anuência do atual perdedor da república.
Lembrar deste governo, que finda no dia de hoje, é perceber que nós fomos, direta ou indiretamente, responsáveis por chocarmos este ovo da serpente. Desde 2013, ao ver os diversos protestos que ocorriam no país, percebia que estávamos diante de um golpe de estado,orquestrado por setores influentes que viam no país uma “vaca de leite” prestes a ser explorada vorazmente. Era isso, aliada a sentimentos de frustração reproduzidos por uma elite que não se acostumou aos valores democráticos e tem no seu DNA um passado de exploração e servidão da mão de obra escrava e africana.
Das jornadas pelos infimos R$ 0,20 ao golpe trajado de Impeachment, o passo para afunilar o processo de desmonte era questão de tempo. Temer, em meio aos seus devaneios cheios de mesoclises, preparou o terreno e aprovou uma reforma que reduz o direito dos trabalhadores entre outras coisas. Bolsonaro, personagem político insignificante até então, captou todas as indignações infantis dessa elite chucra e esticou ainda mais a corda com a reforma da previdência. As duas causaram prejuízos à classe trabalhadora e deverão deixar sequelas futuras que nenhum governo progressista resolverá em tempo hábil.
Mulheres,indígenas, negros, nordestinos, lgbtqia+,pessoas com deficiência e adeptos das religiões de matriz africana foram os mais visados, perseguidos até o último minuto deste governo. Até mesmo o meio ambiente, nossa flora e fauna, foi devastado pela grilagem e ganância de quem maneja a máquina do agronegócio predatório,aliado a garimpagem desordenada. O deboche, a indiferença e a insensatez fez deste Brasil paria internacional, chacota de tudo e todos,uma nação non-grata aos olhos do mundo civilizado, que discute perspectiva e soluções.
Aos poucos, o país vai retornando a sua normalidade democrática. No final de outubro, a eleição de Lula trouxe um respiro de esperança em meio a tantas ameaças ao estado democrático. A partir desta faula, o Brasil se apegou e renasceu aos olhos do mundo. Em meio aos últimos dias turbulentos, este governo acaba com o seu governante saindo pela porta dos fundos, em um avião com destino a Orlando, o paraíso das direitas chucras no mundo.
De forma antidemocrática, melancólica e atabalhoada ( Como foi o seu governo), Bolsonaro sai de cena para ocupar o seu lugar na história, na s páginas relegadas aos maiores inimigos e detratores da pátria. Agora só nos resta festejar a entrada neste primeiro dia do ano dando uma banana para estes tempos melancólicos e recebendo aquele, que sempre foi presidente, com o tapete vermelho da esperança.