Hoje (31 de maio) se comemora o Dia Mundial sem Tabaco. Não podemos deixar passar sem um menção honrosa e, quem sabe, tocar ao menos o coração de um fumante, como já fui.
Não iremos trazer os milhares de dados sobre milhões de doentes e mortos devido ao tabagismo, porque já estamos cansados de saber todos os seus malefícios. Vamos tratar de uma experiência individual.
Por que fumar? Uma pergunta tão óbvia, mas que quando a gente se dá conta da resposta, fica tudo mais claro. A gente fuma por três fatores principais: dependência química, dificuldade em controlar sentimentos e dependência comportamental.
A dependência química talvez seja o mais fácil de ser superado. É ela que faz com que o cigarro se torne “gostoso”. Se a gente se lembrar da primeira experiência de fumar um cigarro, perceberemos que não é gostoso fumar. Mas a química faz com que se transforme. Mas em algumas semanas sem fumar estaremos livres. E digo mais: as compulsões de desespero pra fumar duram apenas 5 minutos. Segura a onda que passa.
A dificuldade em controlar os sentimentos é diretamente relacionada à ansiedade. Difícil dizer se ela é causa ou consequência, mas está atrelado profundamente a ela. Uma conversa com a parceira nicotina acalma e parece que os problemas ficam mais tranquilos de serem resolvidos. Mas na verdade eles continuam lá. A gente apenas doma momentaneamente a ansiedade com a nicotina.
Aí vem o que pra mim foi o mais difícil. A dependência comportamental é braba, amigos. Hábitos! O que fazer depois do almoço se não for fumar aquele cigarrinho? Até o cafezinho fica mais gostoso. E quantas carteiras associadas àquela cervejinha? Então, temos que descobrir que as coisas tem seu prazer desassociado do cigarro. É difícil! Pra mim foi o mais difícil.
Mas vejam, não tomei consciência disso por pura evolução e parei de fumar. Depois de uma pancada na costela, uma pneumonia e um derrame pleural de 1,5 litros com pus eu fui hospitalizado e submetido a uma cirurgia. Nada diz que a causa foi o cigarro e provavelmente não foi, e sim outros fatores.
Mas eu vivenciei a experiência de um problema pulmonar que não quero dar a chance de que se repita! É muito ruim! Ficar sem fazer o que se quer, sem jogar sua bola, sem fazer qualquer exercício por três meses, com dores bem chatas ao respirar é uma experiência que não quero passar de novo. E tive uma amostra grátis.
Segue um conselho de um ex-fumante: há vida sem cigarro, aproveite ela com muito mais qualidade!
P.S.: muito grato à Dra. Laís Chaves, pneumologista, por todo apoio, incentivos e orientações.