A cena de uma multidão de palestinos correndo atrás de alimentos jogados por helicópteros ao longo da costa de Deir al-Balah, na Faixa de Gaza, na última segunda-feira (26) , chocaram o mundo e corroboram com a alegação feita pelo presidente Lula sobre as ações genocidas, adotadas pelo estado sionista de Israel. Ultimamente, Netanyahu e seu exército tem minado os esforços da ONU para manter a ajuda humanitária ao bombardear caminhões, forçando as ações por via aérea. O resultado da estratégia fascista do premier conservador é uma centena de pessoas mortas e 760 feridas em torno dos caminhões de ajuda, recém-chegados no território palestino nesta quinta-feira (29).
De uns meses para cá, quando se intensificou a ofensiva das tropas sionistas, a vida em Gaza se tornou o símbolo da desumanidade, antes só visto nos campos de concentração da Segunda Guerra Mundial. As ruas da estreita faixa de terra ao sul de Israel se tornaram verdadeiros guetos de pessoas procurando por comida e outros suprimentos. Muitos se viram como podem e como dá. Nas feiras que restaram, o que se pode encontrar para comer, em grande quantidade, é a Malva, uma erva daninha que cresce em solos secos e ásperos.
De outubro para cá foram milhões de mortos, dezenas de sequestrados, bravata e provocações que sintetizam os tempos que estamos vivendo. Quem poderia dar o exemplo e mediar ações, age com o maior desdém em meio a situação ademais calamitosa e o exemplo disso é o ministro das relações exteriores israelense, o senhor Israel Katz. Para muitos, atualmente, a região do Levante ( onde se situa Israel e a Palestina), é uma terra arrasada, implodida pelo ódio movido por ações extremistas de ambos lados. Entre Hamas e o sionismo israelense não há vencedores,mas sim uma legião de vidas perdidas e uma geração marcada pelo terror das bombas, fuzis e outros armamentos de alta precisão, financiadas com o dinheiro dos grandes magnatas judeus, espalhados pelo mundo, bem como outras grandes ditaduras religiosas como a do Irã. Onde se viveu o apogeu do mundo antigo, hoje é um verdadeiro mar de escombros causado pela estupidez humana. Gaza não lembra mais a região movimentada pela efervescência comercial, que levantou construções suntuosas em tempos aureos.
Para além de todas as bombas atiradas por Israel, que atingiram residências,hospitais, escolas e caminhões que levam ajuda humanitária, assim como as vidas sequestradas e vilipendiadas pelo Hamas, precisamos parar para refletir. Já não cabe mais tomar partido de um estado que mata gente e de um grupo extremista, que sequestra pessoas. Não podemos escolher pelo “melhor ou pior odio”, pois o ódio em si é nocivo para a evolução de tudo no mundo, assim como não é possível mais empurrar um problema, que atravessa séculos, com a barriga. Se tem um responsável maior por não conseguir chegar a um denominador comum diante da tal situação, ele se chama Organização das Nações Unidas (ONU) e isso a história prova ao longo das décadas.
As imagens vistas essa semana e durante os últimos meses mostram um mundo que decretou falência diante das soluções propostas por grande parte das lideranças mundiais. A criação formal de dois estados autônomos é uma solução viável,porém distante diante do ódio que move a guerra e implanta um regime de indiferença sob as vidas vitimadas, mortas e feridas. Este é um cenário triste que, inegavelmente, ficará registrado pelos livros de história. Esse é o preço que pagamos por tamanha desumanidade.