Caro leitor, enquanto você curtia os festejos juninos, o Jornal Nacional exibia uma sequencia de matérias sobre a fome e a pobreza no Brasil nos últimos dias, mostrando relatos de pessoas que estão no limite da falta de alimentos em seus armários, cidadãos que sequer tem a perspectiva de tomar um café da manhã.
A fartura e a alegria das festas de São João contrasta com a situação atual. Diante da instabilidade no preço dos alimentos, aliado as altas taxas de desemprego, o Brasileiro sem vê sem saída e a esperança dá lugar a verdadeiros gritos de socorro. E a cada dia que passa, as filas à procura de doações e cestas básicas só aumentam.
Entre retratos e imagens que registram semblantes de desespero, o jornalismo em lagrimas mostra a face nua e crua deixada por quem é responsável por tudo isso. A tão falada falta de controle diante da situação mundial é só uma desculpa que justifica uma sequência de trapalhadas propositais na política social.
Sucessor do Bolsa Família, o Auxílio Brasil possui prazo de validade e se mostra como mais uma tentativa eleitoreira, a tábua de salvação do atual presidente diante do seu insucesso, colecionado nas pesquisas mais recentes. Uma medida fraca que, com o seu término, vai deixar muitos desamparados da “mixaria” que é paga para tentar suprir a fome que espera na dispensa.
E aí eu te pergunto, caro (e)leitor, como procurar emprego, absorver cultura, estudar e ter acesso ao conhecimento se temos fome? Eis o projeto audacioso dos que estão no poder de minar o povo pela necessidade mais básica, a alimentação.
Com isso, todo mundo sai perdendo. Um povo sem dinheiro, sem emprego e com fome não é capaz de consumir e fazer a roda da economia girar, levando lojas e pequenos mercados a decretarem estado de falência, diante da instabilidade dos preços a cada dia. E não temos um governo capaz de intervir e auxiliar àqueles que fazem parte da cadeia produtiva, uma vez que o país acabou com as reservas de estoques nos armazéns ( e acabou com os próprios armazéns), necessário para manter a segurança alimentar no país. Vale lembrar que este é um cenário ideal para os grandes atacadistas, que veem os seus lucros aumentarem cada vez mais.
Com a disparada da inflação e sem a possibilidade de intervenção no controle dos preços de produtos que compõem a cesta básica, por parte do governo federal, o brasileiro faz aquela ginastica para caber o salário no orçamento diário. Diante do pior cenário econômico, desde a criação do plano real, é necessário se reinventar no consumo e na mesa, substituindo itens e dando prioridade a novos hábitos. Entretanto, a preocupação maior é com os nossos desassistidos, que estão cozinhando o pouco que tem a lenha, tendo como maior desafio enfrentar o fantasma da fome.