Ele era um jovem ambicioso, que virou um homem da lei muito cedo e tinha o ideal de mudar o mundo. Seus métodos de atuação truculentos, era questionado pelos seus pares, mas com o apoio de políticos poderosos, os quais ele guardava respeito, ele foi acumulando prestígio. Aliado a outros profissionais e ex-agentes da lei, criou sua própria célula para agir paralelamente à justiça, com a desculpa de combater o crime, mas usando de práticas criminosas. Com o tempo, seu território foi crescendo, e ganhando ares regionais.

Ascensão no crime

As perseguições, extorsões, sequestros, chantagens e mortes, eram “justificadas” pela necessidade de se oferecer proteção à sociedade, já que os métodos tradicionais da justiça, já não eram suficientes. Era duro, mas necessário. Ficou milionário e ganhou respeito entre os seus pares. Foi condecorado por políticos corruptos ligados à milícia e ganhou ainda mais força. Passou a perseguir, prender e executar opositores do seu regime e dos seus aliados. Com isso galgou novos degraus na milícia e status de herói amplamente condecorado.

A proximidade com poderosos criminosos deu a ele a possibilidade de deixar de ser o rei da sua microrregião, para se tornar um vassalo de uma área muito maior. Ambicioso, aceitou o desafio, abdicando das suas benesses já conquistadas para buscar voos anda mais altos. Porém, com a proximidade do “Homem da Casa de Vidro” recaiu sobre si uma visibilidade muito maior e inesperada. Com ela, investigações sobre seus crimes começaram a acontecer em âmbitos federais e as provas dos seus crimes ficavam cada vez mais explícita. Se expôs demais e a farra de ter voado tanto tempo, abaixo do radar, teve seu fim.

Der Untergang

Seus crimes foram descobertos, ele se enfraqueceu perante o chefe, perdeu o alto posto no comando e precisou sair um pouco dos holofotes. Saiu para viver uma vida de rico, nas sombras, e sendo abastecido de dinheiro pelos seus asseclas de crimes do passado. Até que teve seu fim melancólico, efetuado por antigos cúmplices, parceiros e amigos, que o abandonaram para não terem sua imagem ligada a aquele criminoso provinciano do interior, que teve sim um papel importante, mas agora iria para uma vala comum, para a lata do lixo da história, após cumprir seu papel sujo, mas necessário elas células criminosas.

A história acima é uma pequena biografia. Ela é real, e cada dia mais entristece a nossa sociedade. Esse homem ajudou a eleger um presidente incompetente, responsável pela morte de mais de 400 mil brasileiros. Ganhou a sua contribuição pecuniária e foi chutado como um cachorro, quando não havia mais serventia para o sistema, porque é assim que as coisas acontecem no mundo das milícias.

Agora, fica a critério do leitor completar as lacunas. Se o homem se chama Sérgio ou Adriano. Se estamos falando do BOPE carioca ou da 13ª Vara de Curitiba, do Escritório do Crime ou da República de Curitiba, do Resort na Bahia ou da Alvarez & Marsal, do capanga de miliciano ou do capanga de miliciano…

A única coisa que não precisa mudar nas duas histórias, é a ligação profunda com o misterioso Homem da Casa de Vidro, revelada em conversas pelo celular, hackeados ou grampeadas pela polícia. O patrão é sempre o mesmo.

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