O Brasil começa o ano de 2021 entre o caos e a esperança. Digo caos pelos números que saltam estratosfericamente a olhos vistos, decorrente das aglomerações e festas clandestinas que ocorrem. Considero esperança o simples fato de, meio torto ou meio direito, começarmos a vacinação, essa luz no fim do túnel sombrio que foi o ano de 2020. Salvo os meios pelos quais foi anunciada essa boa nova, quem perde com as duas situações é o atual presidente da república.

Bolsonaro foi o causador do caos e isso é a tal zona de conforto dele. Nem é preciso dizer o que foi feito por ele para chegarmos em números tão altos para a nossa realidade continental e em lugares extremos como Manaus, por exemplo. O que é necessário mostrar é que ele está prejudicando o país em todos os setores e nos isolando da realidade animadora da vacinação. Certo é que boa parte dos brasileiros já está sentindo o peso e a falta de espaço que um elefante causa em uma sala de estar.

Para darmos gás as vacinações e agilizar o cronograma de imunização das duas uma; Ou a classe política e a imprensa começa a “cancelar” o atual mandatário ou iremos pressionar ( a sociedade de um modo geral) a um processo de impedimento, remédio amargo, mas necessário em situações de extrema urgência institucional e provas já existem nestes dois anos. O que falta é vontade política para corrigir o erro político no raio destes quase cinco anos de iminente instabilidade.

Prova da sabotagem negacionista impetrada pelo atual presidente é o plano nacional de imunização, mal gerido e mal feito por um profissional de logística (pasmem!!!). Previsões dão conta de que irá faltar vacina ainda na primeira fase de imunização, ou seja, apenas 10, 8 milhões de doses para uma população de 14,8 milhões de brasileiros, levando em conta que para atingir a imunidade total são necessárias 29,6 milhões de doses nesta etapa e só temos garantidas cerca de dez milhões.

Nas palavras e gestos da cientista e pesquisadora Margareth Dalcomo, ao receber uma honraria, essa é uma realidade doída para um país que tem um excelente programa de imunização. Com isso, a ciência sente o baque e a tendência é que, com mais mortes aos montes, a sociedade acorde cada vez mais. O destino de quem age com chacota e indiferença frente às famílias dos mais de 200 mil mortos pelo descaso está na boca do lixo da história, na jaula fria do esquecimento.

Está mais do que na hora de começar a tirar o elefante branco da sala de estar. Que o despertar para o impedimento possa ser, além da solução, o fator para tirar o país do atraso e do isolamento em que se encontra. Assim, correremos atrás do prejuízo.

 

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