Quando cunhou a expressão “brain rot” pela primeira vez, o poeta e naturalista Henry David Thoreau, um vivente do século XIX, nunca imaginaria que o termo designaria um dos maiores desafios da pós contemporaneidade, a dependência tecnológica e o excesso de telas, ocasionado pelas maravilhas virtuais do nosso mundo atual. As redes sociais, decorrente do habito de rolar o ecrã da tela e a massividade de conteúdos, são as co responsáveis por este fenômeno. A consequência é vista em uma sociedade ansiosa, imediatista e sem a capacidade de raciocinar diante de situações desafiadoras.
Os dilemas causados pelo excesso de tecnologia tem nos deixado distantes de soluções viáveis. Dessa forma, bombardeados pelo caos dos conteúdos, nos deixamos levar pela desordem encontrada na àgora virtual e, no final de tudo, vem a exaustão mental e nos atinge na capacidade de raciocínio, o ponto mais caro da dinâmica cerebral. A impressão que dá é de sermos usados pela dinâmica da superficialidade que os aplicativos proporcionam, uma sensação de que fomos sugados, exauridos pela logica dos algoritmos e nessa linguagem tão binária possível, resultado da dinâmica imposta nos dias atuais pelas big-techs, nos sentimos cada vez ameaçados em nossas existências e isso não é apenas enredo de filmes e obras de ficção científica.
A cada minuto que nos vemos no caos da realidade virtual, as grandes corporações lucram com o nosso cansaço cerebral e com o advento da Inteligência Artificial, a nossa vivência será ameaçada pelos prompts ( comandos) se não fizermos algo o quanto antes. Não é por acaso que um publico de 37 mil pessoas elegeram este termo, que em português significa “cérebro apodrecido” ou “atrofia cerebral”. Chegamos ao fim de 2024 sentindo os efeitos dos excessos de tudo, em especial, daquilo que a tecnologia nos oferece em massiva quantidade e gera inconformidade com a realidade vivida.
A pós conteporaneidade, que nos apresentou a revolução tecnológica e suas novas linguagens e formas de vivenciar uma realidade paralela é a mesma que nos colocou neste grande desafio de controlar esse emaranhado de comandos binários, desenvolvidos por nerds adeptos do anarco-capitalismo (conhecidos como Ancaps) e sem nenhum vinculo com a realidade . As redes sociais, por sua vez, nos empurra para uma espécie de “escravidão cerebral”, onde somos dominados, em nossos sentidos, pela linguagem binária dos algoritmos, que parecem mandar e desmandar nos nossos desejos com comandos sutis e sedutores.
Das ondas de fake-news, das correntes de oração, dos vídeos engraçadinhos e dos jogos do tigrinho. O que era para unir as pessoas com um toque, se tornou um agente do caos, que contribui massivamente para deteriorar com a nossa saúde mental, tão combalida pela polarização violenta que gere as guerras e conflitos no mundo todo. É só rolar a tela do seu celular e analisar o que sai disso tudo em fração de segundos.