Vendo a realidade atual, é fácil constatar que o cenário de pobreza é alarmante no Brasil. Nunca ficamos tão pobres como em momentos anteriores e não é necessário ir tão longe para lembrar, é só fazer uma visita ao supermercado da esquina para ver que o nosso salário não enche o carrinho com os itens da cesta básica. Se quer outro exemplo é só olhar os pontos de ônibus lotados e entender porque a frota das grandes cidades se encontra reduzida e sucateada.
Para além disso, está impossível encher o tanque do carro de gasolina, levar as crianças no parque de diversões, viajar no final de semana sem efetuar um gasto maior entre tantos eteceteras de exemplos práticos que nos levou a uma condição impraticável. Impossível não comparar como eram nossas vidas antes desse turbilhão de instabilidades que revirou o país de ponta a cabeça não é mesmo?
E diante de tanto caos, onde há muitos desempregados e desalentados, a violência nos atinge em cheio. Está ali, na espreita, na penumbra da falta de perspectiva, do desespero que empurra para a marginalidade, consequência das atitudes extremas de raiva e revolta com a situação atual. O Brasil de hoje nos causa, além do medo, a ansiedade de viver em um lugar onde as relações toxicas acontecem e são compartilhadas nas redes sociais, seja em forma de musica, na mesa de um bar, ou qualquer frase de efeito, a quem damos o nome de “lacração”.
Nesse estado de pobreza que define o Brasil atual, desenvolvemos, de forma compulsória, a resiliência para sobreviver a tempos tão extremos. Tivemos que possuir a frieza para ver imagens como as que foram vistas em um açougue de Campo Grande em novembro do ano passado; uma fila interminável de pessoas na busca de ossos. Nunca fomos tão pobres, nunca estivemos tão miseráveis na fila do osso e é lamentável tentar procurar a causa de como chegamos até aqui, se somos, cada um, responsáveis por tudo isso.
Um cenário, caótico, irrespirável; O Brasil se tornou uma câmara de gás ambulante, uma maquina de moer gente preta e pobre, tal qual os órgãos de segurança, onde se produzem verdadeiros robôs treinados para matar quem não serve para o sistema. Tantas Marielles e Genivaldos foram moídos como carne de segunda em modus operandis que são ministrados na sala de aula para turmas de cursos preparatórios para concursos públicos. Nunca fomos tão pobres de caráter.
Diante de tantos argumentos, de tempos muito extremos, onde pobreza e riqueza andam juntos, é possível entender que o próximo governante receberá, a partir de 2023, um país esfacelado e em ruínas. Diante de um cenário de terra arrasada, terá a missão árdua de reconstruir ( ou dar inicio a um processo de reconstrução), ditar rumos, uma vez que o processo de destruição foi longo, duradouro e com etapas bem definidas ( É só lembrar do áudio da conversa de Romero Jucá com Sergio Machado).
Essa é uma oportunidade de ouro para aproveitar o ” Delimitar onde está” para começar o capitulo de uma nova história desta nação tão rica e diversa, mas mal gerida pelos vícios dos velhos governantes, que lustraram a capa de “novo” para ludibriar um eleitor cansado de tanta iniquidade. E o resultado está aí. Da pobreza para a miséria a fronteira é tenue e a sensação real é de que já estamos lá.
Nunca fomos tão pobres como estamos sendo hoje.