Causou constrangimento entre os espíritas mais progressistas o vídeo viralizado nas últimas semanas onde o medium baiano Divaldo Franco fez uma defesa aos “manifestantes” presos pelos atos golpistas do dia 08 de janeiro. Em sua fala,proferida em um evento no Paraná, Divaldo não apenas defendeu como retirou de contexto uma frase de Martin Luther King para justificar a atitude dos golpistas.
Dono de uma obra assistencial importante, que é a Mansão do Caminho, Divaldo caiu nas graças das seitas bolsonaristas ao oferecer apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o que foi muito questionado por todos que professam uma fé voltada para o estudo de uma doutrina progressista,em sua essência, que alia conhecimentos religiosos, filosóficos e científicos sob o prisma da razão.
Seu posicionamento, ao dar apoio a um político que defende a tortura e a perseguição a minorias, vai de encontro aos princípios do respeito e da caridade defendidos por nós e abordados por Kardec nas linhas de suas obras. Mais ainda, é contrário a tudo que foi (e continua sendo) pregado por seus mentores, Bezerra de Menezes, Manoel Philomeno de Miranda e Joanna de Angelis, que, por meio da pena e da voz do medium, deixaram verdadeiras lições do amor legado por Jesus.
Ao fazer este movimento contrário aos nossos princípios, Divaldo abraça de vez a destruição, a anticivilização e os ideais fascistas que defendem a reação a tudo que é contra os valores humanistas que influenciaram o espiritismo e a sociedade em meados do século XIX. Desta forma, o medium rompe com o bom senso da sua oratória e joga, na lata de lixo da história,uma biografia pautada na promoção do bem e na assistência aos mais necessitados, um triste fim a quem dedicou, boa parte de uma vida, para a caridade.
Com isso, Divaldo finaliza sua obra,neste plano, dividindo a doutrina espírita, colocando esta nobre religião na vala comum do proselitismo neopetencostal que dominou a mídia e a política no país. Um triste e lamentável fim