Traições na eleição na Câmara e no Senado, aglomerações nas praias, festas clandestinas, paredões e mortes aos milhares. Um governo abertamente corrupto, onde o atual presidente prioriza seus próprios interesses e de sua família, inverte prioridades e faz vistas grossas aos mais de 250 mil mortos pela COVID 19. Nas maioria das capitais, o projeto de instalar o caos, a terra arrasada, saiu do papel e ganhou contornos dramáticos com as UTIs dos hospitais, públicos e particulares, lotados.

Deste modo, com o mês de fevereiro sob as nossas cabeças e diante de tantos acontecimentos, a política, assim como seus políticos, se vêem distantes da tal “verdadeira verdade.”. O Brasileiro se infecta,morre, fica sem trabalho, mas, ainda se vê distante daquilo que é traduzido em números, um espelho, que aos olhos do alheio, se assemelha a algo irreal. Já no Big Brother real, a desconstrução de um povo parece ser uma utopia, algo distante da realidade vivida nas nossas comunidades.

Decepções à parte com a política, o desencanto com os nossos personagens, ídolos e a projeção do que queremos neles fazem parte da vida, de todo um processo para amadurecer corações e mentes. Vemos neles o céu e não imaginamos o inferno que os acompanha. Para além do ativismo idealizado e “inocente”, desconstruir é um processo individual e longo, não dá para mudar o coletivo se não mudarmos a nós mesmos. Desde já, é possível constatar que nós somos o melhor e o pior dentro do que se chama “essencia”.

O Brasil pode ser o seu melhor e o seu pior e neste espelho que está sendo os últimos anos nos vemos dentro da distopia mais do que é a nossa imagem real. O mesmo país que tem na alegria o seu lema com as melhores festas e um arcabouço cultural enorme é o mesmo que finge ter olhos para a corrupção, exclui e “cancela” o outro, usando da indiferença e do egoísmo como o instrumento para a promoção da desigualdade, tão comum na nossa história. Pobre mesmo só existe nos números contabilizados diariamente, estatísticas que dizem muito sobre o que somos dentro do mundo real, longe da narrativa dos realities shows e das mamatas palacianas.

E nesse estica e puxa de cancelamentos e de carências ( os chamados biscoitos) , o brasileiro médio vai caminhando ao sabor da moda nas redes sociais, cheio de mensagens negacionista em um falso simulacro da realidade. Se vivemos em uma realidade dual, entre o que é melhor e o que é pior, enaltecendo virtudes e defeitos, o real e a ilusão, vivemos sendo brasileiros, a beira de uma nação em colapso.

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