A elite brasileira criou um monstro. E nem ela mesma sabe do que ele é capaz. Ter uma liderança que apresenta desequilíbrio mental e que trata o país como quem ordena sua própria casa é extremamente perigoso. Muitos viam no candidato Bolsonaro a oportunidade de retomada da tal “ordem social”. Onde os menos favorecidos novamente retornariam ao “seu lugar de sempre”, a senzala, exterminando a esquerda e seus projetos de igualdade social. A esquerda era o câncer que aproximava os pobres dos abastados. Ela não podia mais prosperar.
Só não calcularam corretamente a dose do antídoto anticomunista e exageraram. Ultrapassando o conveniente e necessário a esse intento. Iniciando uma parceria inimaginável, militares e evangélicos.
A estupidez dessa estratégia burguesa resultou numa aliança mais próxima com os militares, que erroneamente eles acreditavam que fariam o enfrentamento do crime e da corrupção. Havia até um paladino da Justiça idolatrado, mas esse foi traído e abandonou o rei tirano. Quanta inocência!
Fugiu do controle
Agora o fantasma da ditadura que repousava na memória dos que sofreram torturas indescritíveis acordou, e paira sobre todos nós novamente. E ela pode ser muito mais cruel do que um lunático no poder e suas destemperadas ambições. Tudo isso em meio a uma histórica e aterrorizante pandemia mundial que extermina os humanos sem distinção.
Como se não bastasse, ainda há uma boa parte da população brasileira que insiste em apoiar o presidente insano. A cegueira da insensibilidade aumentou nessa gente. Nem sequer conseguem ver os absurdos cometidos pelo desequilibrado para tentar livrar sua prole criminosa a qualquer custo, atropelando direitos e garantias constitucionais estabelecidas democraticamente.
Não vejo uma saída que nos traga tranquilidade. O ódio, o racismo e a intolerância foram renovados. Nazistas e religiosos extremistas ganharam espaço. E por trás disso tudo ainda ressuscitaram os militares golpistas que estavam esquecidos desde a Constituição Federal de 88. Tempos difíceis, meus irmãos.
Anderson Correia é bacharel de direito torcedor do Vitória