Durante está semana, aos olhos de diplomatas, o Brasil de Jair Bolsonaro se consolidou no status de uma republiqueta. Não uma republiqueta qualquer, mas aquela que está prestes a avacalhar o processo eleitoral deste ano, onde o principal chefe põe em dúvida o sistema pelo qual foi eleito por diversas vezes,inclusive no último pleito,em 2018, quando recebeu mais de 50 milhões de sulfragios.
Diante de uma plateia qualificada pela chancelaria de 50 países,muitos deles com uma tradição democrática consolidada, Bolsonaro apequenou o Brasil, transformou-nos em uma democracia ridicularizada, que colocou na berlinda um sistema eleitoral reconhecido internacionalmente por conta de sua eficiência na contagem dos votos.
Como se não bastasse isso, de quebra, o atual presidente pos em dúvida a atuação das instituições públicas como o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Supremo Tribunal Federal (STF) ,alegando que elas estão agindo em conjunto com a oposição. Este jogo rasteiro acabou “fazendo água” nas pretensões da pré – campanha de reeleição para o Planalto e causando,assim, um clima insustentavel entre os partidos da base e políticos do tal Centrão.
Diante de tantas sinalizações do mandatário, em seus delírios golpistas, as instituições sérias e responsáveis deveriam agir dentro das linhas constitucionais e não mais “passar pano”, nem que isso cause, lá na frente, uma ruptura entre poderes,algo que pode ser restituído após as eleições.
A verdade é que, mesmo com a derrota de Bolsonaro nas urnas, o Brasil sairá destruído das eleições pelo conjunto da obra. A má gestão da pandemia, aliada a questão econômica e social fizeram do país uma república “pormenorizada,marcada pelos escândalos de corrupção e pela impunidade,restrita apenas aos gritos de uma “turba escandalosa” de cercadinho que repete, a plenos pulmões, as cantilenas golpistas de um fajuto messias.
O Bolsonarismo tenta se sustentar na sua bala de prata, entre as benesses de última hora e acordos com suas bases, deixando para o próximo gestor um país dilapidado pelo oportunismo de quem usa o poder para se salvar a qualquer custo. Enquanto isso não acontece, o atual presidente “paga mico”, avacalhando o país na frente de diplomatas com “Power Point”, um vexame internacional digno de quem é pequeno demais para o poder que exerce.
Fora dos vitrais do Planalto, brasileiros trocam refeição por lanche em mais um triste capítulo pela saga da sobrevivência em um país que custa,de todas as maneiras, a “melar” o seu processo eleitoral.