Acostumado com as pautas diplomáticas e com um discurso forte que virou sua marca registrada, o presidente Luís Inácio Lula da Silva tem passado por várias saias justas, escorregando em diversas armadilhas por palavras que foram proferidas de forma equivocada. Dos conflitos entre russos e ucranianos até a questão das pessoas com deficiência, o petista se tornou refém da sua própria língua. Já que estamos analisando os últimos discursos do presidente, é necessário deixar de lado as paixões e partir para o que interessa.  

 

Lula, inicialmente, pregou a neutralidade do Brasil e, não somente isso, buscou entendimento com dirigentes de nações que não se alinharam nem à Rússia, muito menos à Ucrânia. Mas na visita a China,o petista disse que os Estados Unidos e a União Europeia incentivam a guerra, o que causou reação de um porta-voz do governo americano e estranheza no mundo. 

 

O presidente só foi recobrar o tom na visita do presidente da Roménia , Klaus Werner Iohannis, onde  fez críticas à invasão russa e acenou a diplomacia  ao retomar a ideia de sentar-se à mesa com as duas nações nos esforços para a chegar a paz. Na ida para a Península Ibérica, a missão é limpar a “cagada” feita em terras chinesas e o desafio é moderar o tom, o que não vimos em uma situação posterior a questão da Guerra entre as ex-nações soviéticas, que já dura um ano e dois meses. 

Em uma reunião para discutir ações integradas para resolver a questão da falta de segurança nas escolas, Lula criticou os jogos eletrônicos, adotando, assim, um tom generalista. Em sua fala, o presidente disse que “Não tem game falando de amor. Não tem game falando de educação. É game ensinando a molecada a matar”. A declaração causou mal- estar entre setores ligados a tecnologia e influencers que pertencem ao segmento.

A cereja do bolo das cascas de banana deixadas pela lingua do presidente, durante a semana, afetou em cheio o segmento de pessoas com deficiência, mais precisamente aqueles ligados a saúde mental. O tal “desequilíbrio do parafuso” enroscou na língua e gerou mais um mal estar entre setores, na causa PCD, que lhe davam apoio irrestrito.

Diante destes casos, a lição que é possível compreender se resulta, inicialmente, na idade avançada do presidente, fazendo dele vítima do próprio raciocínio, o que permite um acompanhamento maior dos seus assessores. Isso, de longe, não significa uma postura etarista, mas sim um cuidado maior com o que se fala, para quem se fala. Lula precisa deste apoio para que ruídos como esse não possa dar munição aos veículos de comunicação. 

No geral, é possível dizer que erros nos discursos feitos pelo presidente são normais para a sua idade, mas aos olhos de uma sociedade que elege a intriga como mecanismo de cancelamento, merecem destaque. Que o que sai da sua garganta não seja o redemoinho das cascas de banana dos últimos pronunciamentos, que vai para além de um pedido de desculpas postados nas redes socias.

 

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