Aprendemos, nas aulas de história, que o povo judeu foi a grande vítima do extermínio capitaneado por Adolf Hitler e seu aparato estatal antes e durante a Segunda Guerra Mundial. Mais ainda, lemos nos livros que seis milhões morreram nas câmaras de gás ou sob outras formas de tortura e sevicias de toda ordem. Se essas informações são insuficientes, então vamos a fala do presidente Luis Inacio Lula da Silva (PT), em discurso proferido durante a sua visita na Etiópia.

Em um sua fala para uma plateia, formada por chefes de estado que participavam de uma cupula da União Africana, realizada na capital etíope, Adis Abeba, Lula estabeleceu uma comparação sobre o que acontece no Oriente Médio, entre Israel e a Palestina, e o Holocausto ocorrido na Europa na metade do século passado. “O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu. Quando Hitler resolveu matar os judeus.”.

Ao estabelecer a comparação entre os dias de hoje e o drama ocorrido entre as décadas de 30 e 40, o presidente do Brasil atiçou a fúria extremista do premier Benjamin Netanyahu e de diplomatas israelenses. Bibi proferiu falas duras e afirmou que Lula “cruzou a linha vermelha”, em uma tentativa desesperada de sair das cordas e jogar para uma plateia conservadora e extremista. Os dois discursos mobilizaram o mundo, atônito com a onda de polarização causada pelos dois estadistas, e pautou os jornais,assim como as discussões nas redes sociais e a receptividade da opinião pública.

Ao estabelecer as comparações entre os momentos históricos, Lula mostrou que não havia distinções sobre o que ocorreu na Alemanha Nazista e na Faixa de Gaza,mostrando, de forma clara, que a desumanidade das ações praticadas era o que estava posto em evidência, uma vez que crianças e mulheres são os alvos das ações impetradas pelo estado sionista israelense, que atingiu hospitais e escolas em suas ofensivas. Mais ainda, o presidente demonstrou que é possível confrontar um país governado, momentaneamente,por um líder político com um projeto extremista de eugenia, de extermínio do povo palestino, considerado um incômodo, para os intentos sionistas, que perdura por décadas,após um longo período de dominação turco-otomana.

Corroborando com as falas de Lula, o médico francês Raphael Pitti, que atuou em zonas de conflito, afirmou que a situação de Gaza “pode ser semelhante a do Gueto de Varsóvia”, onde cerca de 380 mil judeus foram amontoados em condições desumanas, aliás expediente similar ao visto no estreito território palestino dominado pelo Hamas.

Diante das falas de Lula e Pitti, entendemos que a história volta e os personagens mudam. Agora, são os judeus sionistas, muitos deles ortodoxos e nacionalistas, que ditam o tom de vilania sobre os palestinos, tidos como minoria, assim como os próprios foram na Europa durante um bom tempo. Vale lembrar que nem todos os judeus concordam com falas e ações de Netanyahu e de associações judaicas que repudiaram, de forma equivocada, a comparação feita por Lula.

A fala de Lula e a reação do estado sionista de Israel, mostra que não houve erro na comparação se olharmos para a história e suas teorias. Não adianta olhar para números,nem mesmo para a quantidade de mortos e feridos,mas sim para o modus operandi de aniquilar aquele que é visto como ameaça a um projeto de estado eugenico, gestado desde o início do século passado como uma solução a Diáspora ocorrida desde os tempos cristãos, ou mesmo pouco antes.

Os questionamentos acerca da terra, de quem é dono, de fato ou de direito, são irrelevantes diante das origens de ambos os povos é adorações. A verdade é que muita espuma é criada diante de uma discussão que requer uma solução pacífica,protelada ao longo do tempo pela ação do orgulho de palestinos e israelenses,crias da casa de Abraão, Isaac e Jacó. O resto é espuma e sangue criada pela ortodoxia judaica, da qual Bibi Netanyahu é representante.

 

 

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