Nos últimos 14 anos, vimos muitas coisas mudarem no Brasil. Após a saída de Lula do Planalto, com mais de 80% de aprovação, a Direita brasileira começou uma campanha de “apagamento da história” e destruição de reputações. Logo no primeiro ano de governo Dilma, um ministro foi exonerado após o escândalo do Cartão Corporativo, por comprar uma tapioca de R$ 8,30.
Em 2013, os números do país eram ótimos. A inflação estava contida em menos de 6 pontos, o dólar subiu para R$ 2,43 e o desemprego atingiu o menor índice de sua história, 4,3%. O Brasil sediaria a Copa do Mundo e, dois anos mais tarde, as Olimpíadas, trazidos por Lula. A aprovação da presidenta batia recorde histórico, em março de 2013, com 79%. E tudo se encaminhava para sua reeleição fácil, no ano seguinte. Então, a Direita, a velha imprensa, a justiça e a burguesia, ou seja, O Sistema, resolve mudar as regras do jogo. Usaram as manifestações de junho de 2013 para acabar com a presidenta, que foi xingada na abertura da Copa. Foram golpes sucessivos na mídia em cima do PT. O Mensalão já não pegava mais, precisava de um sucessor, que viria no ano seguinte: a Lava Jato. O desgaste foi tanto que, no ano da eleição, a aprovação da presidenta despencou para menos de 40%. E tudo se encaminhava para a vitória de Aécio, do PSDB. A Direita fez campanha contra a bandeira vermelha do comunismo e acusou fraudes nas urnas. Olha a novidade.
E o PT venceu de novo
Dilma vence, mas emparedada, faz acordos com o mercado e coloca Joaquim Levy como ministro. A oposição segue ferrenha e elege Eduardo Cunha, do partido do vice de Dilma, para a presidência da Câmara. O golpe começa ali.
No fim de 2015, se instaura o processo fraudulento e, 8 meses depois, vem o golpe de Estado.
Temer assume, com o PSDB derrotado a tiracolo, e toda a direita já se prepara para usar o canalha traidor e depois descartá-lo. Começa o plano #Alckmin2018. Temer faz o desemprego disparar, alinha o preço dos combustíveis ao mercado internacional (PPI) disparando o preço da gasolina, libera as BETs, aumenta salário dos juízes do STF, aumenta participação do Exército no governo e é pego mandando um empresário dar dinheiro pra Eduardo Cunha ficar calado na prisão. E nada acontece com ele, até hoje.
Em 2016, o STF muda o entendimento da prisão após condenação em segunda instância, para prender Lula antes das eleições, e o faz nas vésperas do pleito. O Judiciário é o mais podre dos 3 Poderes.
O país vivia o caos, com desemprego em alta, intervenção no RJ e o assassinato de uma vereadora carioca. O ministro da Defesa do governo golpista, Raul Jungmann, declara ter certeza do envolvimento de “pessoas poderosas”. As investigações são sabotadas e Jair Bolsonaro, ligado às milícias e amigo do assassino de Marielle, vence as eleições. Eles instigaram tanto o ódio ao PT que gerou um filho mais legítimo que Alckmin.
O novo presidente se apoia em parte golpista do Exército Brasileiro. Ataca a Suprema Corte e o Congresso. Só que o líder da extrema-direita não contava que os crimes de sua família fossem ficar escancarados. Num freio de arrumação, entrega o poder ao Centrão e passa a atacar somente o STF, “comendo os olhos” do poder que tirou o líder das pesquisas em 2018, para que Bolsonaro pudesse se eleger.
Após quase 2 anos de governo, o STF, a direita e a velha imprensa acordam e percebem que só uma pessoa poderá vencer o tiranete que tentava o auto-golpe. Mas ele estava preso. Com as revelações da Vaza Jato, o Supremo vê o timing perfeito para soltar o pitbull petista.
E aí, após tantos fatos, fica minha suposição: será que o Lula não fez um acordo com o Sistema, para sair da prisão, vencer o fascistinha e governar com a Direita ao seu lado?
Lula vence, com Alckmin de vice. Seu ministério inicial possuia partidos como PSD, Republicanos, MDB (aquele do golpe na Dilma), Rede, Cidadania, União Brasil (PL+DEM), PP e o PDT (de Ciro Gomes). Bolsonaro tenta o golpe mas os EUA, que deram aval aos golpes de 1964 e 2016 e espionaram os governos petistas, dessa vez dizem: não vai rolar.
A Frente Ampla, na verdade, não foi somente para vencer as eleições. Ela foi o preço a pagar pela liberdade de Lula. E agora, já com medo do Lula 4, o mesmo grupo Direita + velha imprensa + justiça, mantêm Bolsonaro solto, para deixar o petista “esperto”, e já começam a incensar o picareta da vez, contra Boulos e o governador de São Paulo, para 2026.
Como disse o poeta Nascimento: “o sistema é foda, parceiro”, e quanto mais a Esquerda protege o sistema, mas ele fode com ela.