Na sua terceira eleição pelo PSOL para a Prefeitura de Cruz das Almas, no Recôncavo Baiano, o professor Luciano Borba se apresenta como um candidato independente e livre dos vícios da velha política. Com formação em Ciências Econômicas pela UEFS e lecionando na rede pública de ensino, Luciano considera que a sua candidatura pode ser capaz de representar a verdadeira mudança na maneira de realizar a gestão pública no município.
Durante a entrevista o candidato apresenta as suas propostas ao eleitor e fala sobre as suas posições a respeito do desenvolvimento da cidade, fomentado pela implantação de instituições de ensino e pesquisa como a UFRB e a EMBRAPA.
Gustavo Medeiros– Como o PSOL e o candidato Luciano se apresentam ao eleitorado cruz-almense?
Luciano Borba– O PSOL é um jovem partido, o qual fez quinze anos no mês de setembro e se
denomina como um partido de esquerda no leque das ideologias. Se apresenta como uma
alternativa clara aos vícios da velha política e aos partidos tradicionais, entendendo que
as eleições não é um fim, mas um meio das lutas da construção de uma sociedade justa,
igualitária, democrática, popular socialista.
Quanto a mim, professor Luciano Borba, sou natural de Cruz das Almas, Bahia, professor
há mais de trinta e três anos, lecionando várias disciplinas do Ensino Médio e
Profissionalizante no CETEP. Tenho formação em Ciências Econômicas pela UEFS,
habilitação no ensino da Matemática, especialista em Metodologia em Educação
Profissional, Pós-Graduado em Gestão Pública e também em Gestão e Auditoria
Ambiental. Sou uma pessoa que milita na política há mais de quarenta anos, desde a
adolescência, lutando contra a Ditadura Militar e na busca de Justiça Social e Políticas
Públicas que possibilitem o bem-estar coletivo em todos as áreas da nossa sociedade, uma
política do bem comum sempre voltado para o ideal socialista. Observo que nesses vinte
e quatro anos, aproximadamente, há poucas características diferentes que podemos
pontuar entre o gestor de plantão para outro que o precedeu. O município cresceu, de
certa maneira, desordenado onde as políticas públicas são raras, lembrando que
crescimento que me refiro está muito além do que venha ser realmente um processo de
desenvolvimento. A política do clientelismo, do toma lá e dá cá, falta de gestão de pessoal
entre outros fatores faz com que a população comece a despertar para a busca de
mudanças e é neste ponto que o PSOL, através da nossa candidatura, se apresenta como
uma verdadeira mudança na forma de gerir a coisa pública e que visa trazer a população
para cogerir o município, sustentado nos princípios básicos da gestão pública
representada pela sigla LIMPE, mesmo com as dificuldades das barreiras financeiras e as
costumeiras formas arcaicas de fazer política, com os traços do coronelismo.
GM– Esta é a sua terceira eleição para prefeito. Você acha que o eleitor já se acostumou a
ver seu nome durante o período eleitoral?
LB– De certa maneira sim, apesar da mídia em nosso município não nos favorecer muito
e mesmo sendo concessão pública, não fico muito em evidência, pois os que a detém, na
sua quase totalidade, estão ligados à elite burguesa ou tem os seus conchavos com as
velhas formas de fazer política e empregam todos os esforços para barrar a difusão
política dos partidos de ideologia da esquerda socialista como o PSOL e quando nos
fazem alguma referência é de forma deturpada. Mesmo assim, o nosso nome começa a
ganhar espaço e força junto aos munícipes, principalmente nas redes sociais, onde
observo que grande parte da população se encontra desencantada diante do que se tem
visto nesses quase vinte e quatro anos e com isso, aos poucos, vamos derrubando
paradigmas que foram erguidos no decorrer desse período.
GM– Qual o seu foco dentro da campanha? O que você pretende apresentar ao eleitor no
que diz respeito as propostas?
LB– Mesmo sem muitos recursos, o foco da nossa campanha está na difusão de que é
possível se fazer uma política verdadeiramente voltada para uma gestão qualificada da
política do bem comum, pautada nas legislações, na ética, na moral, na transparência, na
criação e viabilização de políticas públicas, proposições estas que sempre nortearam o
nosso ideal partidário.
Criamos um programa que não é rígido e está aberto às novas e boas propostas , onde a
priori estão inseridas quatorze diretrizes básicas de onde vamos da a criação de novas
creches e expansão do horário das mesmas, reavaliação curricular, centro de atenção às
pessoas com limitações , inserção do esporte, a viabilização de Centros especiais da saúde
como da mulher, geriátrico e puericultura, a inserção de ações culturais como festivais
de: micro metragem, literatura, músicas nas suas diversas expressões , apoio as políticas
especiais nas suas diversidades, política agrícola familiar com capacitação técnica,
atenção a questão da ordenação do uso do solo, do código de postura municipal, controle
dos custos, a realização do orçamento, concursos amplos pautadas em novo plano de
carreira, tratar o bem público como da sociedade, criar mecanismos para que haja uma
gestão verdadeiramente participativa e popular entre outros pontos.
GM– Cruz das Almas é uma cidade universitária e cresceu com a implementação dos
institutos de estudo e pesquisa. Da Escola de Agronomia (UFBA) até a UFRB, o
município sofreu grandes transformações. Como você vê esse processo de crescimento
da cidade nos últimos anos?
LB- Apesar do evento da implantação da UFRB o crescimento da cidade não alcançou
as expectativas, em sua grande parte. Vejo que a Universidade não deixou de trazer um
impacto em certos segmentos, contudo não existem um crescimento que faça com que
que gerem caminhos para o desenvolvimento , há necessidade de se ter uma interação
mais efetiva entre o município e a universidade e vice versa, pois acredito o município
tem que explorar mais o potencial da UFRB , da Embrapa e de outras instituições para
que se possa aquecer o crescimento fazendo chegar ao desenvolvimento tornando de fato
uma cidade universitária.
GM– Caso você ganhe e assuma a prefeitura a partir do dia 1º de Janeiro, qual será a sua
primeira medida?
LB– Criação de uma Auditoria Cidadã, tendo a participação de segmentos da sociedade,
com intuito de se conhecer e dar conhecimento à sociedade do real quadro do município
em todos os seus aspectos administrativos.
GM– Qual a sua expectativa para os próximos 40 dias de campanha?
LB– Esta é uma eleição atípica em decorrência da pandemia e diante disso a expectativas
é que com a aproximação das eleições a criatividade para atingir ao eleitorado tende a
acelerar, juntamente com o início do período dos programas eleitorais nas emissoras de
rádio, entrevista e provavelmente debate girando em torno das mesmas chapas
majoritárias. A correria na busca do eleitorado deverá ser bem dinâmica, onde os ânimos,
às vezes, poderão acirrar as relações. Contudo, da nossa parte, focaremos sempre no
equilíbrio e na busca da difusão do programa de governo e as ações de mudanças na
política, mostrando que é possível uma nova maneira de se fazer a verdadeira política.