Com base em informações obtidas nas fontes das mitologias grega e romana, a deusa Gaia é a personificação da Mãe Terra e base de todas as coisas que provém dela. Surgindo do caos, ela deu origem as fontes de toda a matéria existente; Desde o céu até as montanhas e as marés. Diante destes detalhes, que nos faz viajar através das origens mitológica do mundo e da representação de Gaia na essência, o planeta Terra, é preciso olhar a crise ambiental que se abate pelo país des 2019. Nunca ficou tão evidente, após a posse do atual presidente, de que o Brasil está queimando em suas entranhas, nas suas riquezas naturais, ou seja, a fauna, a flora, enfim o seu ecossistema, tão diverso no número de espécies.

Do rompimento da Barragem de Brumadinho até os dias de hoje, os brasileiros estão contando nos dedos, ou para além deles, os prejuízos e temendo os impactos que teremos daqui para a frente. O mundo está de olho na crise ambiental que toma o país, ou melhor, a ingerência  que é fator decorrente. Aquela expressão dita na fatídica reunião do dia 22 de abril pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, nunca fez tanto sentido, pois é “Passando a Boiada” que se afrouxam as leis. Assim, os órgãos de controle “abrem as pernas” e fazem vistas grossas para o início de uma tragédia anunciada. 

É diante dos olhos de Gaia que os crimes ambientais acontecem, a fauna e a flora, tão rica e tão diversa em seus detalhes, queima a cada grande incêndio, seja na Amazônia, ou então no Pantanal, que já presenciou, apenas este ano, a perda de partes consideráveis das áreas de preservação, afetando, em sua maioria, a biodiversidade existente e desencadeando, assim, um desequilíbrio ambiental.

Passando a Boiada

Sob as vistas grossas do atual governo, grandes fazendeiros “deitam e rolam”. A carta branca para colocar fogo na biodiversidade vem em forma de afrouxamento das leis e regras para que o agronegócio possa se desenvolver convivendo com a sustentabilidade. Entretanto, as mãos dos grandes donos de terras, que, na ambição de ampliar as pastagens para a criação de gado, queimaram áreas consideráveis, afetando diversas espécies Só para se ter ideia do estrago causado, segundo dados do Prevfogo, já são 2,3 hectares de terra queimados, o que representa quase 10 vezes o tamanho de capitais como São Paulo e Rio de Janeiro, as maiores metrópoles do país.

Para além da ganância humana, fatores naturais como a estiagem intensa contribuíram com o aumento do fogo no bioma do Pantanal. Entretanto a ação de “queimar a mata” vem daqueles que têm suas propriedades próximas de reservas legais, o que foi confirmado pelo Corpo de Bombeiros de Mato Grosso. A mistura bombástica do clima seco com a atitude criminosa e intencional faz da natureza refém da crueldade. 

Em detrimento das queimadas, as áreas para pastagens triplicaram e aumentaram em 2,25 milhões de hectares só em 2019.Apenas neste mês de setembro, já foram detectados 164 focos de incêndios e mais de 200 em agosto, o que corresponde a 72% das queimadas no ano até então, de acordo com os dados de satélite do INPE (Instituto de Pesquisas Espaciais). É desse jeito, sob os olhos de Gaia, da Mãe Terra, a boiada passa e a mata queima.

O Brasil “queimado”

Por mais que Jair Bolsonaro se esforce para vender a imagem de que tudo está sob controle no Brasil, quanto a questão ambiental, aos olhos do mundo, o país queima. De forma literal, a imagem do país está queimada na comunidade internacional e isso custa muito caro a nossa fama de ter a melhor escola de diplomacia do mundo. Aos olhos da Terra, daqueles que zelam pelas instituições democráticas e pelo respeito à biodiversidade, a nossa “Pátria Amada” morre de forma covarde e insensível por meio das mãos mesquinhas de quem vê  no meio-ambiente um empecilho para o progresso, uma visão bem cafajeste e retrógrada de enxergar a economia.

É inadmissível ver o que está acontecendo desde o início de 2019. Lama nos rios, fogo no mato, petróleo nos mares e o ar mais tóxico do que nunca, em virtude das queimadas, e da quantidade de agrotóxico nos alimentos oriundos do campo. O Brasil virou um puteiro nas entranhas do mundo, onde pode tudo, pois abriram as pernas para o capital selvagem e ele entrou “dicumforça”. O país virou um grande curral, uma vez que estamos confinados em nossas casas,assistindo,estarrecidos, a cenas dantescas protagonizadas por patetas, maus caráteres e cafajestes. 

E nesta toada, sem fim, o país morre, ora pelo coronavírus, ora pelo clima de ódio ou então por ferir de morte a nossa diversidade natural ,os nossos biomas e as vidas que estão contidas nele. Índios, ribeirinhos, animais, fauna e flora estão ameaçados, acuados por tratores, máquinas, objetos espúrios da grilagem de terras. São vítimas de fake news, da mentira mais deslavada contada no último discurso na Assembleia Geral da ONU pelo atual presidente em uma ação nociva de desserviço. 

Enquanto o mandatário geral desta nação conta mentiras a nível mundial, o Brasil queima e se queima sob os olhos de Gaia e que ela salve a nossa Amazônia e o Pantanal da boiada  tangida e que passa a esmo, desembestada tangida pela  falsa impressão de que tudo está bem em um país envolto pela nuvem tóxica do atraso.

Que a mãe Terra nos salve do mau que a ganância dos homens produz.

 

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